E depois da vacina... Bonanza Literária!
- Guilherme Salgado
- 17 de jan. de 2021
- 3 min de leitura

E veio a pandemia...
Final de fevereiro, início de março do ano passado, pensei em transformar a Bonanza em uma Bonanza Literária.
A ideia surgiu do Projeto Piracaia na Leitura. No feicebuque https://www.facebook.com/piracaianaleitura - desenvolvido inicialmente pelo Marco Maida e Amanda Leal, casal inenarrável de Piracaia (SP). O projeto lá funciona desde junho de 2016.
Na Bonanza se pegará um livro, que poderá ser lido ali ou levado para casa e devolvido em outra oportunidade. Sem fichas, sem documentos, sem nada que “prenda” leitoras e leitores a quaisquer compromissos...
O carro será adesivado com anúncios daqui da cidade. Repleta de livros, ficará estacionada, um sábado por mês, em um bairro.
Quando ainda morávamos em Piracaia, isso até 2017, trocamos (olha que coragem) uma EcoSport, velha guerreira, por uma Bonanza 1994. Quem não sabia o que é uma Bonanza acabou de conhecê-la na foto... Ambas a gasolina. Mais fácil ir e vir da Ecovila Clareando https://www.clareando.com.br/, que fica a 14km depois da cidade propriamente dita, 7km dos quais de terra. Os meninos entravam na escola às 7h da matina; acordávamos às 5h45 para dar tempo de tudo (a foto foi tirada na estrada de terra Ecovila-asfalto, indo para Piracaia).
Viemos com a Bonanza até Juiz de Fora.
De Piracaia aqui parando somente para colocar gasolina. Ficou em um estacionamento descoberto, na rua Antônio Dias, por 130 mensais.
Os dias passavam, e eu morrendo de pena da “menina”, pois certamente sofria com o vento, a chuva, e especialmente o sol, às vezes in-clemente, ou mesmo sem-clemente.
Dora Stephan, ei, Dora, agora responderei à sua inquietante dúvida...
Poucos meses depois, tentando encontrar um estacionamento barato e fechado, veio à pobre mente uma “personalidade” da hotelaria de Juiz de Fora: o Ricardo Brugnara, amigo há ao menos quatro décadas (mesmo!), querido irmão... O Ricardo fez Medicina, formou-se com o Lúcio, meu primo amado, e continuamos amigos nesses tempos de andanças pelo Brasil.
“O Brug!!!!! Como não pensei nele antes?!”
Ricardo Brugnara é o mui digno proprietário do Real Hotel, na Rio Branco, logo depois da Silva Jardim, e do RICHE MOTEL...
- Fala, camarada, é Guilhermão...
- Rapaz, pensei nocê hoje, tava aqui vendo a classificação do Botafogo...!
- Deixa disso...
- Já sei, vai querer passar uns dias no Riche...? Às ordens...
- Não, hermano, por agora ainda não. Estou precisando de um estacionamento pra uma Bonanza, e ela é grande, não cabe na garagem aqui de casa...
- Ah, é isso?! Traga a moça aqui pro motel, tem vaga coberta, gratuita, pode ficar uns dez anos. Topa?!
Então, Dora, a resposta. Ela fica guardadinha, cobertinha, quietinha. Nos fins de semana eu e Sonia vamos lá, pegamos a menina, deixamos o outro carro, e nos dirigimos para a cidade a fim de dar uma volta.
A ideia da Bonanza é simples. O que está faltando, mas já providenciando, é fazer o seguro. Imaginem se algum “amigo do alheio” passa e me leva a garota?! O quê?! Levou-a para OUTRO motel?!
Depois de devidamente abrigada do sol e da chuva, procurei a excelsa Eridan Leão, musa da fotografia hodierna, rainha das lentes, positivos e negativos, dona de aproximadamente 36 câmeras de fotografia...
E, mais importante: funcionária da Funalfa...!
Amiga de uns 40 anos também...
Marcamos de nos encontrar na Padaria Lisboa, bem em frente ao Parque Halfeld (tudo isso pré-pandemia). Levei um rascunho, ela olhou e foi dizendo: Guilhermão, esse é um projeto para a Lei Murilo Mendes...
O objetivo era aquele mesmo: conversar sobre a possibilidade de transformar a Bonanza Literária em um projeto arrumadinho, bem escrito, para, quem sabe?, inscrevê-lo na Lei Murilo Mendes...
A vitória da Margarida sem dúvida reacendeu as expectativas em relação à cultura da cidade. Logo que as inscrições sejam anunciadas este ano, eu o apresentarei à Funalfa, no quesito literatura.
Dando às praças da cidade um momento de encontro dos livros e leitoras e leitores, democrática e gratuitamente.
Esse projeto de literatura andante (ou melhor, rodante) é sensacional!!!
Guilhermão, O Exagerado, de nascença, só tenho 1 câmera semi-profissional e poucas lentes. Obrigada pela menção e, realmente, seu projeto é muito bacana. Parabéns a você e à querida Sonia pela iniciativa!