De jeito nenhum...

São 8h de sábado, 6 de fevereiro. Achei que acordaria hoje com uma dor de cabeça danada, enjoo total, boca amarga etc e tal.

Uma ressaca, mesmo moral.

Mas não...

A jornalista Roberta Oliveira, no portal Toque de Bola, em bela crônica intitulada Carta aos corações botafoguenses, manda um recado ao seu e ao coração de sua mãe, que “insistem” em acreditar no Botafogo: “Tentei ser otimista, alegando que talvez não fosse tão ruim quando começasse o campeonato. Mas minha mãe, botafoguense também, estava convicta: - O Botafogo vai cair...”

Virão memes, mimes, mumes e mumus (Iacyr, o grande escritor Iacyr Anderson Freitas, raiou o dia e ele começou “pedindo música no Fantástico”, por conta de ser o terceiro rebaixamento... deixestar...).

Não dá para não relativizar, entretanto.

Em meio a 220 mil mortes, gastar neurônios e dores com o rebaixamento do seu time vai além de um sentimento normal (enormes ausências, saudades, despedidas rápidas)...

Era um fim de campeonato anunciado. Trocou de técnico umas 18 vezes, mandou jogador embora, contratou uns bondes (com perdão ao nosso inesquecível meio de transporte, que nunca deveria se ver associado a fatos tão desagradáveis...).

Verdadeira lástima.

Exatamente há um ano, quando chegou, Keisuke Honda afirmava: “Nunca senti tanta paixão de uma torcida”.

Eu, pelo menos, nunca tinha ouvido falar nele.

Ficou menos de um ano, tiau, está se acertando com o futebol português. Depois o marfinense Kalou – um gol, muita falação, tomara que siga o Honda.

E assim com três quartos desse amontado de “atletas”, posando e sorrindo para as fotos, quando contratados, depois horrorosos em campo.

O grande Casagrande, já depois do Botafogo e Palmeiras, disse que adoraria ter jogado no Botafogo (que pena, camarada, que pena isso não aconteceu!!!... Estou lendo Casagrande e seus Demônios, genial!).

Condenou a atitude de quatro ou cinco, afastados daquele jogo por não terem chegado a tempo do embarque: “não mereciam e não merecem mais vestir a camisa do Fogão.

É preciso lutar até o fim, até o último segundo, em respeito aos demais jogadores e principalmente em respeito à torcida. A torcida do Botafogo não merece esse tipo de comportamento”.

Detonou: “O jogador tem que saber a história do clube. Deveriam receber uma aula sobre a história do Botafogo, aí sim iriam honrar a camisa. Vai contratar um? Senta aí: aqui já jogaram Garrincha, Jairzinho, Roberto Miranda, Zagallo, Manga, Didi...”

A lista da rapaziada que pode e deve pedir o boné e se mandar parece interminável... Hoje, cada botafoguense tem ao menos um ou dois na cabeça.

Eita, o Fogão é maior, muito maior...!

Que venha a Série B, daqui a um ano a gente volta a se falar...