Já ouviram falar em trombose...?!

Palavra feia em essência. Poderia ser borboleta, montanha, libélula... Mas inventaram esse monstro.

E um monstro que dói!

Como dói!

No outro domingo, dia 2, amanheci com a batata da perna esquerda inchada, doendo. Segunda e terça continuava doendo, quarta foi terrível. Sou do SUS, mas tive que bancar uma consulta particular, aqui perto de casa, com uma angiologista espetacular, a médica Adriana Sophia.

Olhou, viu, examinou, me mandou deitar, comparou as duas batatas. Receitou XARELTO de 15mg. Outra pausa: o sujeito ou a sujeita com trombose toma XARELTO...?! Ainda se fosse CHARELTO, vindo de CHÁ, mas não. Com X mesmo.

Descemos (eu e a eterna Soninha) do consultório às 11h30, já comprei o remédio e o tomei ali mesmo, um a cada doze horas. E na mesma tarde de quinta fui fazer um ecodoppler. O médico precisou de 10 segundos: trombose. E me explicou o que era etecétera e tal.

17h de quinta. Voltei para casa de Uber, deitei, e deitado estou.

Poucas vezes para fazer xixi, uma para cocô, outra para tomar um banho. E só.

Mas o mais sério de tudo, e que sempre emociona, foi a vinda da dona Conceição no Dia das Mães. O presente da mãe Sonia já havia sido entregue: uma belíssima caneca, pintada pelo querido artista Jorge Arbach, mostrando a restauração da Vila Iracema, que fica aqui na rua Espírito Santo. Iracema era o nome da minha inesquecível sogra...

Pois bem.

Dona de uma fé inabalável, dona Conceição reuniu a turma aqui no quarto, colocou as mãos sobre a batata da perna e pediu às mãos ensanguentadas de Cristo que amenizassem a dor. E disse: “Cristo, que é só misericórdia, e ele não mente, traga aqui uma gota do que foi derramado de suas mãos... Como o senhor não tinha nada a segurar seu ventre, imagino o que sofreu...”

E foi para a sua casa.

Meninas e meninos: a primeira noite que não senti as horrorosas dores que me acompanhavam.