Tonhão está mais vivo do que nunca...!
- Guilherme Salgado
- 9 de abr. de 2021
- 2 min de leitura

Foto tirada no Bar Palácio, na rua Batista de Oliveira, no Carnaval de 2019, logo após o desfile do Bloco do Beco, tradicional aqui na cidade. O China está atrás e o Pedrinho com um celular na mão. O Tonhão está ajoelhado.
A morte do Tonhão ontem nos deixou prostrados, desolados... Desanimados diante dessa abjeta doença, de um presidente que não investe no SUS, despreza a vida, que, ele sim, banaliza o mal.
O desejo era desfiar um leque de impropérios contra a absurda e inaceitável ausência de investimentos no SUS, na Ciência, no saber de mulheres e homens, na entrega diária de mulheres e homens da linha de frente...
Bem, mas o que importa mesmo hoje é Luiz Antônio Costa Moreira, mais vivo do que nunca...!!!
A última vez que o vi presencialmente foi em um bar, o Bar São Bartolomeu, em São Mateus, bairro daqui. Logo no dia seguinte ao Natal de 2019...
Nesse dia apareceu, como que do nada, o maravilhoso Rafael Kopschitz Xavier Bastos, que é daqui, radicado em Viçosa há décadas. Todo contente, após outras décadas sem nos encontrarmos. Afinal, sua mulher, Vivian, estava grávida, e vinha chegando a Aurora.
E dali surgiu um grupinho de zap, o Boteco. Quatro engenheiros e eu. E estamos passando toda a pandemia unidos, nos divertindo, defendendo o uso de máscaras, ansiosos para tomar a vacina.
Abril de 2021, o coração de cada uma e cada um permanece sangrando.
Segue um texto na íntegra escrito pela Margareth, a Guiga, e Luís Lopes, o China.
“Nesses tempos tão duros e cruéis, fui perdendo minhas palavras...
As dores foram se tornando comuns, e a cada perda tenho a sensação de que há alguém dizendo:
“Engole o choro!”
“Engole o choro porque vai dar aula agora”.
“Engole o choro porque, para sobreviver, não dá tempo de chorar suas perdas”.
“Engole o choro porque a vida já está triste demais e ninguém quer ver a dor do outro”.
Engole o choro...
Engole o choro...
Engole o choro.
E engolindo tantas dores e lágrimas, fingimos viver.
Ao engolir tantos choros, naturalizamos perdas e mortes.
Hoje, perdemos nosso grande amigo Tonhão.
O cara mais amado que conhecemos. Ninguém tem o que falar do Tonhão. Uma unanimidade.
Generoso, doce, gentil, silencioso... Um grande companheiro.
Sabia escutar como ninguém e falava manso, baixinho...
Sua voz, quase silenciosa, se levantava calmamente para defender princípios, urgências, justiça e afetos.
Um amigo que nunca se esquecia dos amigos e das gentes deste mundo.
Um amigo que cuidava diligentemente de quem encontrava em seus caminhos.
Um amigo que era e é o grande amor e companheiro da amiga Dora.
Um amigo que era e é o pai e amigo do tão querido Thiago.
Tonhão vai fazer uma falta imensa, pois mesmo que não nos encontrássemos com frequência, os afetos estavam sempre presentes.
Hoje, não vou engolir o choro, embora saiba que ele continuará sendo, para sempre, o nosso grande amigo.
Um grande abraço, Dora e Thiago, estamos aqui com vocês.
Beijos com muito carinho”.
Guiga e China
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