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Uma capivara que voa...?!

  • Foto do escritor: Guilherme Salgado
    Guilherme Salgado
  • 19 de mar. de 2021
  • 3 min de leitura

A foto foi publicada originalmente no Diário de Votuporanga, estado de São Paulo.

Título da foto: as capivaras em distanciamento social...


Como qualquer outro bicho, com cria, vira fera. Lembro-me de um camarada que conheci em São Paulo, o Nélson. Andou sumido uns tempos. Quando reapareceu, estava com um queloide no joelho. De acordo com a médica Christiane Gonzaga, do Rio de Janeiro, em entrevista ao site dermaclub.com.br, queloide ou cicatriz queloidiana é protuberância causada pelo excesso de proteína (colágeno) na pele, que acontece devido a um processo demasiado de cicatrização - como se as células não soubessem o momento certo de parar de produzir um novo tecido para a pele. “Essa marca volumosa aparece depois de um ferimento ou problema ter sido curado, como incisão cirúrgica ou acne”.


Reduto delas


E era a mordida de uma capivara, em uma espécie de “reduto capivariano”, na cidade de Bonito, Mato Grosso do Sul. Uma pessoa o autorizou a entrar nesse espaço, com máquina fotográfica.

Foi entrar e a bicha, que tinha recém dado crias, veio morder seu joelho.


Dizem que é uma dor inimaginável. A única notícia boa é que estava com duas crianças, os pais distantes, e elas não foram atacadas.


A fúria recaiu sobre o Nélson.


Conseguiu se safar dando um soco, com a força que lhe restava, na cabeça da pobre capivara, que o largou. Mas teve que ser levado a um hospital.


Selo da atual administração


Agora, quem as vê no selo da atual administração (ficou lindo!!!), às margens do Paraibuna, dócil e ternamente pastando (andam até meio sumidas, Márcio Guerra, dá um jeito aí de arrumar capivara...), nem supõe que por trás há mesmo um bicho que se enfurece caso haja crias...


Como a crônica está sendo lida até na França, Márcio Guerra é o secretário de Comunicação da atual gestão da prefeita Margarida Salomão.


Bem, morávamos em Piracaia, interior de São Paulo, já com os dois meninos.


Capital do lobisomem


Por volta de 2010.

O João no banco, o Luís ainda na cadeirinha, pequenino e loirinho, figurinha querida. Hoje um homão de 1,80m, tenho que olhá-lo de baixo para cima...

A 16km à frente da Ecovila, pelo asfalto, fica a cidade de Joanópolis, capital nacional do lobisomem, aquele que é metade lobo, metade homem, só ferido mortalmente com uma bala de prata. Em noite de lua cheia sai à procura de vítimas, devorando o que encontra pela frente.

Especialmente gente.


Em Joanópolis tem lobisomem pra tudo quanto é lado.

Começa no pórtico (pór-ti-co...). No restaurante se almoça com um bicho daqueles, olhando e sorrindo, talvez analisando se haveria ali carne boa...


Idas a Joanópolis e choro do Luís


Passear com os amigos, geralmente nos sábados à tarde.

E quando se passava pela represa era uma festa: “Contei seis capivaras, mais uma, sete!”...

O Luís, no banco de trás, chorava:

- Todo mundo vê capivaras, menos eu....buááááá...!

Perdemos o número de vezes que ele chorou.

Em uma dessas idas, havia muitas, mas muitas capivaras. Umas 30.

Diante do novo “choro luisiano”, virei o carro e voltei. Tirei-o da cadeirinha e mostrei, bem de longe:

- Meu amor, você não está vendo quanta capivara tem ali...?!

- Não! Só uns bichos, tudo marrom.

Buááááá!!!!

- Mas esses bichos é que são as capivaras!

A coisinha limpou os olhinhos e disse:

- Mas capivara não é um passarinho...?!...

Voltou para o carro de cara amarrada, e o sorriso reapareceu somente quando cumprimentou um lobisomem...

 
 
 

1 hozzászólás


rogerio
2021. márc. 20.

Sensacional esse encontro entre capivaras e lobisomem. E a alegria das crianças.

Kedvelés
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